Projeto "Rugby com Partilha"vence prémio "Ética no Desporto"
Iniciado em 2016 no âmbito de um protocolo de colaboração assinado entre a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais e a Associação "Rugby com Partilha", o projeto envolve mais de 150 homens e mulheres reclusos de oito estabelecimentos prisionais
Inicio de um jogo em meio prisional
O projeto Rugby com Partilha, promovido pela Associação de Promoção da Prática de Rugby nos Meios Prisionais, foi distinguido com o prémio Ética no Desporto 2023, atribuído pelo Instituto Português do Desporto e Juventude, através do Plano Nacional de Ética no Desporto.
Este projeto - iniciado em 2016 no âmbito de um protocolo de colaboração assinado entre a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais e a Associação Rugby com Partilha - tem como objetivo promover a prática regular de rugby nas prisões, nas suas diferentes variantes, através do trabalho voluntário, de forma a contribuir para a formação, educação e reinserção social através do desporto.
O Rugby com Partilha atualmente conta com o apoio (em regime de voluntariado) de atuais e antigos jogadores de rugby, da seleção nacional ("Lobos") e dos principais clubes de rugby portugueses (Belenenses, Direito, Cascais, CDUP, CDUL, etc.), treinadores de clubes e da Federação Portuguesa de Rugby e envolve mais de 150 homens e mulheres reclusos de oito estabelecimentos prisionais em todo o país.
O rugby é um desporto de contacto alicerçado em valores muito fortes como o respeito pelo adversário, o trabalho em equipa, a disciplina e o desportivismo, pelo que os reclusos/jogadores aprendem a ter um maior autocontrolo, respeito pelas regras e equilíbrio emocional, o que é fundamental na relação entre pares e com o corpo prisional, ajudando-os a modelar comportamentos.
“O objetivo não é tanto ocupar o tempo livre, o que é importante, não é tanto a saúde, que também é importante, mas é sobretudo trabalhar para a reintegração, fornecendo aos reclusos/jogadores ferramentas para serem bem-sucedidos quando saem da prisão e o râguebi tem esse potencial extraordinário”, afirma Filipe Arraiano, técnico da Divisão de Coordenação de Atividades de Tratamento Prisional e responsável do projeto na Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais.
Este projeto está a crescer e a evoluir e conta já com um segundo nível de intervenção. A Associação Rugby com Partilha tem um protocolo de colaboração assinado com o Centro de Desporto da Universidade do Porto (CDUP) ao abrigo do qual, por um lado, os filhos dos reclusos do EP de Santa Cruz do Bispo podem jogar nas equipas jovens e, por outro lado, ajudam os reclusos/jogadores a encontrar um clube onde possam continuar a jogar depois de saírem da prisão.