Exposição Carvão, papel e gesso - Desenhos de reclusos do século XIX
A partir de um acervo da DGRSP de cerca de 250 desenhos a lápis, carvão, tinta e aguarela, esta mostra traz a público uma série de desenhos que foram realizados entre finais do século XIX e inícios do século XX por reclusos
Flyer da exposição
A DGRSP tem patente até ao dia 31 de maio, na Biblioteca Amélia Vera Jardim (sita Rua Braamcamp n.º 90, 1250-052-Lisboa) a exposição Carvão, papel e gesso - Desenhos de reclusos do século XIX.
Esta exposição traz a público uma série de desenhos que foram realizados entre finais do século XIX e inícios do século XX, pelos reclusos da Penitenciária de Lisboa, atual Estabelecimento Prisional de Lisboa.
Inaugurada em 1885, a Penitenciária de Lisboa integrava professores no seu quadro de funcionários, responsáveis pela instrução dos reclusos. Entre as várias disciplinas ministradas, existia a de desenho linear e de ornatos, dada na terceira classe.
As aulas de desenho proporcionavam aos reclusos o desenvolvimento de habilidades de observação e fruição de detalhes, percecionando o mundo ao seu redor de forma mais atenta. Por outro lado, a prática do desenho incentivava a paciência, persistência e o entendimento do processo criativo, preparando os reclusos para desafios, mais ou menos complexos em outras áreas profissionais, essenciais para a sua futura reintegração social.
À semelhança do que existia nas Academias de Belas Artes no século XIX, a sala de aula de desenho da Penitenciária estava equipada com modelos escultóricos em gesso e livros com estampas, que serviam de modelos para a aprendizagem e prática do desenho pelos reclusos.
As aulas de desenho também integravam o currículo escolar dos centros educativos, fazendo parte da reserva museológica da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais modelos em gesso oriundos de centros educativos já extintos.
Da sala de aulas de desenho da Penitenciária de Lisboa sobreviveu um acervo de cerca de 250 desenhos a lápis, carvão, tinta e aguarela.
Os desenhos expostos, feitos a lápis e a carvão, testemunham a qualidade técnica/artística de cada recluso, nos mais variados temas: frisos e ornatos decorativos, elementos arquitetónicos, flores, animais, estudos de rostos.